segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O governo de D. Pedro I e seus aspectos positivos para o Brasil

D. Pedro I não é um bom exemplo de como governar o Brasil, pois como já expus aqui seu governo foi cercado de parasitas portugueses, em detrimento de homens mais preparados como os irmãos Andrada. Era impetuoso como a sua mãe, a infame rainha Carlota Joaquina. E de fato estava muito mais interessado em se libertar das Cortes portuguesas, que na época tinham mais poder do que o seu pai, o rei de Portugal D. João VI, do que libertar o Brasil. Mas o responsável pela Independência do Brasil (como diz a história oficial) tinha aspectos positivos.

O principe português que viria a ser imperador tinha um fascínio sincero pelo Brasil. Desprezava a escravidão e detestava a indolência. Gostava de fazer trabalhos manuais, como ferrar cavalos, ao contrário da maioria da nobreza e da família real portuguesas. Sabia das limitações da sua educação e do seu poder, e por isso se por um lado o impediu de avançar na questão escravista, mantida pela aristocracia rural brasileira, também se viu proibido de governar sem uma Constituição.

Apesar da tal Constituição ter sido imposta goela abaixo por sua Majestade Imperial, ela garantiu certas garantias aos brasileiros, por garantir certa liberdade de culto e outros direitos que só haviam nos Estados Unidos e em outras poucas democracias da época, como o habeas corpus e a liberdade de imprensa. Ou seja, seu governo tinha muita coisa de autoritário, mas não era exatamente uma ditadura, ao contrário da maioria dos países europeus de seu tempo.

O Imperador tinha a convicção que precisava agir para não transformar o Brasil num amontoado de republiquetas. E ele contribuiu para isso, ao reprimir energicamente a Confederação do Equador, que queria transformar os Estados nordestinos numa República democrática, mas pecava na falta de força política e econômica (o que fatalmente iria degenerar em uma republiqueta, apesar dos elevados ideais de seus participantes, como Frei Caneca e Cipriano Barata). É verdade que fracassou vergonhosamente em manter a província Cisplatina, que viria a se tornar o Uruguai, mas isso só reforçou a idéia de um Brasil grande e unido.

Outros aspectos do imperador parecem não ser relevantes, como o de gostar de música, sobretudo do piano, um instrumento pouco apreciado pela arcaica aristocracia portuguesa da qual saiu. Mas desse gosto pela música saiu o Hino da Independência, considerado por muitos mais belo do que o próprio Hino Nacional.

Enfim, este foi o perfil do 'proclamador da Independência do Brasil'...

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